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Geografia do Recife

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/30/Recife-PonteSantaIsabel.jpg/220px-Recife-PonteSantaIsabel.jpg


A Região Metropolitana do Recife – RMR  situa-se no centro da faixa litorânea nordestina e integra as seis regiões metropolitanas brasileiras que, além daquelas que envolvem as megacidades de São Paulo e Rio  de Janeiro, possuem população acima de três milhões de habitantes.  Representa cerca de 3% da área do território pernambucano onde se insere, porém concentra 42% da população e mais da metade do PIB
estadual, apresentando os melhores indicadores sociais e nível de escolaridade, bem como as maiores potencialidades e condições efetivas de crescimento do Estado de Pernambuco.  A metrópole do Recife constitui-se um espaço privilegiado da região Nordeste, tanto por sua localização em relação ao mercado mundial, quanto pela sua centralidade em relação às demais metrópoles do Nordeste – Salvador e Fortaleza – das quais dista cerca de 800 km. Polariza a maior faixa contínua de altas densidades populacionais da região nordestina, que se dispõe ao longo do litoral, desde a cidade de Natal até a de Aracajú e na hinterlândia próxima, envolvendo uma rede de mais de 120 cidades, o que a distingue das demais metrópoles nordestinas, que se inserem em regiões onde a população é mais dispersa e os centros urbanos são mais distantes uns dos outros, com exceção do entorno das respectivas regiões metropolitanas. (Recife, 1996)
Essa condição demográfica da RMR decorre do processo de colonização, instalado em torno da economia açucareira para exportação, no qual o porto do Recife consolidou-se como um pólo importante do comércio exterior. Com a decadência da economia nordestina, que se acelerou a partir do século XIX, o Recife, que polarizava a riqueza da região de seu entorno, passou a polarizar a sua pobreza e a constituir-se como uma das regiões de grande expressão como exportadoras de população. (Lyra, 2003) Atualmente, a RMR  destaca-se como um dos principais centros do terciário moderno do Nordeste, com predominância do setor de serviços, e funciona como centro distribuidor de mercadorias. Concentra o maior número de  indústrias de transformação do Estado de Pernambuco e tem, como um outro pilar de  sua economia, a agroindústria voltada para o álcool e o açúcar e o cultivo de frutas e hortaliças.      
Características geográficas
2 768,454 km²[1]
3 688 428 hab. (CensoIBGE/2010 [2]
1 332,31 hab./km²
0,780 (21º) – médioPNUD/2000[3]
R$ 45.715.012,651 milIBGE/2008[4]
R$ 12.250,39 IBGE/2008[4]


MunicípioDescrição: ↓
LegislaçãoDescrição: ↓
Área
(km²)[1]Descrição: ↓
População
(2010)[2]Descrição: ↓
IDH
(2000)[6]Descrição: ↓
PIB
(2008, mil R$)[4]Descrição: ↓
PIB per capita
(2008) R$Descrição: ↓
LCE 10/94
125,991
94.428
0,730
674.689,275
7.052,26
Instalação do mun.
96,381
18.144
0,637
51.268,446
2.967,61
LCF 14/73
447,875
185.123
0,707
3.235.852,61
19.035,99
LCE 10/94
55,083
144.506
0,747
554.784,551
3.907,68
LCF 14/73
305,565
101.987
0,719
943.861,9
9.572,54
LCF 14/73
65,411
22.449
0,743
82.581,632
4.485,21
LCE 10/94
527,317
80.542
0,658
6.250.969,284
84.405,26
LCE 10/94
74,249
23.723
0,695
474.393,267
19.745,00
LCF 14/73
256,073
644.699
0,777
6.389.842,408
9.419,74
LCF 14/73
195,603
56.767
0,693
235.777,445
4.278,93
LCF 14/73
43,548
375.559
0,792
2.383.898,025
6.037,48
LCF 14/73
93,518
300.611
0,799
1.612.924,233
5.131,77
LCF 14/73
217,494
1.536.934
0,797
22.452.491,72
14.485,67
LCF 14/73
264,346
102.956
0,707
371.677,855
3.749,17
Total
2.768,454
3.688.428
0,780
45.715.012,651
12.250,39
A Integração dos Municípios ao Pólo Metropolitano
Entre as 15 regiões metropolitanas brasileiras, a do Recife foi considerada de nível 3, ao lado das metrópoles de Belo Horizonte,  Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador e Fortaleza. A metrópole de São Paulo foi classificada no nível 1, a do Rio de Janeiro no nível 2,  enquanto as demais metrópoles – Campinas, Manaus, Vitória, Goiana, Belém e Florianópolis – foram classificadas no nível 4.


Esses espaços urbanos foram classificados conforme o nível de integração dos 18 municípios em relação ao pólo, considerando indicadores de evolução demográfica, fluxos de deslocamentos pendulares, densidade e características ocupacionais, por meio dos quais se delimitou a abrangência efetiva da aglomeração em cada unidade pesquisada. Entre as cinco classes estabelecidas - muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo – a Região Metropolitana do Recife apresenta um nível médio de integração. Foi, também, dimensionada a condição social dos espaços urbanos em análise, pautando-se no Índice de Carência Habitacional e taxa de pobreza do município, cujos resultados  foram confrontados com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, revelando situações bastante distintas, seja na escala inter-aglomerados, como na escala intra-aglomerados. De modo a obter um padrão sintético das condições sociais dos espaços urbanos, os mesmos foram agrupados em cinco classes – muito boa, boa, média alta, média baixa e ruim -  a partir da distribuição percentual da população por condição social do município de residência. A Região Metropolitana do Recife apresenta uma condição social ruim, ao lado da metrópole de Fortaleza. Salienta-se que nas classes de condição social muito boa e boa encontram-se apenas espaços urbanos localizados nas regiões Sul e Sudeste. (Observatório, 2005a)
Para o conjunto de espaços urbanos, os resultados das diferenças das condições sociais foram desdobrados na análise intrametropolitana (Observatório, 2005a), também estabelecendo as cinco classes - muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo. Os municípios da Região Metropolitana do Recife apresentam se agrupam, além do pólo metropolitano do Recife, em três níveis: muito alto (Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista); alto (Abreu e Lima, Cabo de santo Agostinho e Camaragibe); e médio ( Araçoiaba, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Itapissuma, Moreno e São Lourenço da Mata).
Características Físico-ambientais do Recife
Localizada na porção oriental do Nordeste, a 8° 04’ 03’’ de latitude Sul e 34° 55’ 00’’ de longitude Oeste, a Região Metropolitana  do Recife configura uma faixa alongada no sentido norte-sul situado no litoral pernambucano, nele encontrando-se localizada, em sua porção central, a Cidade do Recife.
Em quase toda a sua extensão, na faixa litorânea, estende-se a uma planície sedimentar com altitude média de 4 metros, cuja representação máxima é a planície flúvio-marinha formada pelos aluviões carreados pelos rios e pelas areias marinhas trazidas pelas marés Essa planície é seqüenciada à oeste por um relevo acidentado, identificado como colinas, morros, tabuleiros e serras, em função de suas cotas, formas topográficas, continuidade morfológica e declividades. Nessas terras mais enxutas e mais elevadas estendia-se a Mata Atlântica, restando, atualmente, apenas alguns vestígios dessa espessa floresta tropical (Alheiros et al, 2002).
O parte do território da RMR constituído por relevos movimentados, genericamente denominados morros, ocupa cerca de ¾ de sua área, onde habitam cerca de 600  mil habitantes. Os municípios costeiros (Recife, Olinda, Jaboatão, Cabo, Paulista e Ipojuca) têm mais  problemas com a ocupação de suas encostas, devidas às maiores precipitações pluviométricas e a maior argilização dos minerais constituintes dos sedimentos e solos.
Na planície, onde habita cerca de 800 mil  pessoas, uma vasta rede hídrica natural constitui um dos principais elementos condicionantes da ocupação – não somente no tocante aos rios propriamente, mas, especialmente na  presença marcante de mangues e alagados da planície costeira. A ocupação na região mais plana não somente representa a maior extensão, mas também a maior concentração de valor imobiliário e disponibilidade de equipamentos, serviços e infra-estrutura urbana. A despeito da caracterização como  condicionantes, tais elementos ambientais, correntemente ao longo da história sofreram agressões do processo de urbanização, reduzindo e descaracterizando suas feições originais que hoje resultam em graves situações de risco para uma população pobre que foi impelida à ocupação de áreas menos valorizadas nas encostas e alagados. (Marinho, 2002)
Atualmente, a Região Metropolitana do Recife registra significativos sinais de degradação ambiental, especificamente, o desmatamento, a contaminação/salinização dos recursos hídricos superficiais e profundos, a redução e poluição das áreas estuarinas, a emissão de poluentes atmosféricos, a poluição visual, os escorregamentos e erosão de encostas, os alagamentos de áreas de planície  e a erosão costeira, todos resultantes da ação antrópica.                                   

A Cidade do Recife
http://www.recife.pe.gov.br/pr/secplanejamento/inforec/
Recife - Aspectos gerais

Recife, capital do Estado de Pernambuco, situá-se no litoral nordestino e ocupa uma posição central, a 800 km das outras duas metrópoles regionais, Salvador e Fortaleza, disputando com elas o espaço estratégico de influência na Região.

Clima: quente e úmido

Temperatura média: 25,2º C

Altitude: 4 m

Coordenadas geográficas: latitude 8º 04' 03'' S e longitude 34º 55' 00'' W

Área: 219,493 km2

Composição da área territorial:
Morros: 67,43%
Planícies: 23,26%
Aquáticas: 9,31%
Zonas Especiais de Preservação Ambiental - ZEPA: 5,58%
Extensão de praia: 8,6 km.

Divisão territorial:
94 bairros
6 Regiões Político - Administrativas - RPA:
RPA 1 - Centro: 11 bairros
RPA 2 - Norte: 18 bairros
RPA 3 - Noroeste: 29 bairros
RPA 4 - Oeste: 12 bairros
RPA 5 - Sudoeste: 16 bairros
RPA 6 - Sul: 8 bairros

66 Zonas Especiais de Interessa Social - ZEIS

População residente (2000): 1.422.905 habitantes, correspondendo a 43% da população da Região Metropolitana.

Taxa de crescimento geométrico anual: 1,02 (1991/2000)

Bairros mais populosos: Boa Viagem (100.388 hab), COHAB (69.134 hab), Várzea (64.512 hab)

Bairros com maiores taxa de crescimento geométrico anual (1991/2000): Sítio dos Pintos (9,92), Caçote (6,56) e Passarinho (6,47).

Densidade populacional: 64,78 (hab/ha)

Bairros mais densos: Alto José do Pinho (299,57); Brasília Teimosa (292,78); Mangueira (290,05)

Composição etária da população (2000):
0 a 14 anos: 26,16%
15 a 64 anos: 67,33%
64 anos e mais: 6,51%

Domicílios particulares permanentes: 376 022

Densidade domiciliar: 17,13 (dom/há)

Proporção de domicílios ligados à rede geral de abastecimento de água: 87,96%

Proporção de domicílios ligados à rede geral de esgotamento sanitário: 43,00%

Proporção de domicílios com coleta domiciliar de lixo: 96,22 %

Composição setorial de emprego: (2003)
Indústria Transformação 8,58%
Construção Civil 5,65%
Comércio 18,99%
Serviços 57,22%
Outras Atividades 9,56%

Valor do rendimento nominal médio mensal dos responsáveis por domicílios: R$1.024,96

Valor do rendimento nominal mediano mensal dos responsáveis por domicílios: R$350,00

Taxa de alfabetização da população de 5 anos e mais: 86,61%

Proporção de crianças alfabetizadas na faixa de 5 a 9 anos: 55,70%

Proporção de crianças alfabetizadas na faixa de 10 a 14 anos: 92,47%



Evolução Urbana

O núcleo primitivo urbano da Cidade nasceu com o Porto do Recife e era constituído originalmente por conjunto de estreitas ilhas e camboas, resultantes das ações de depósito trazidos pelos rios e pelas correntes marítimas e do aterro de manguezais, em diversos momentos da história. A ocupação, restrita a uma pequena povoação, era feita por marinheiros, carregadores e pescadores, morando em casas de palha na extremidade sul da península. A constituição desta Vila é registrada já em 1537.

Até a chegada dos holandeses (1630), Recife dependia de Olinda - local de moradia da aristocracia do açúcar. Os invasores preferiram se estabelecer nas terras baixas do Recife, seja porque o sítio de Olinda não favorecia aos seus interesses militares e comerciais, seja pela semelhança do sítio do Recife com as terras da Holanda. A ocupação foi sendo feita por soldados, colonos, habitantes de Olinda (incendiada pelos holandeses) e por imigrantes judeus.

A intervenção holandesa (1637-1654) foi um fator decisivo para o direcionamento dos três eixos de urbanização da parte central do Recife, com a construção de fortes e redutos para impedir os ataques por terra e, também, através da intervenção planejada de Maurício de Nassau. O primeiro eixo seguiu em direção ao norte do bairro do Recife, no caminho para Olinda, onde atualmente, encontra-se a Fortaleza do Brum e a fábrica de biscoitos Pilar. O segundo eixo, atravessou o rio Capibaribe e ocupou a ilha de Antônio Vaz, atuais bairros de Santo Antônio e São José. Ainda durante século XVII, construiu-se a Fortaleza das Cinco Pontas e a ligação por dique, deste forte ao "Aterro dos Afogados", atual rua Imperial. O terceiro, configurou-se nos meados do século XVIII a partir da implantação do aterro da Boa Vista, na margem esquerda do Capibaribe, contornado a rua da Imperatriz e, na parte mais firme, o bairro da Boa Vista.

Cabe ressaltar que, em paralelo aos eixos, os aterros contribuíram para ampliar a área construída das ilhas do Recife e de Antônio Vaz; dos arredores do Cabanga, da Boa Vista, dos Coelhos e da Ilha do Leite; bem como dos dois lados da bacia do Pina e nas imediações da área portuária.

Deve-se ressaltar a importância das intervenções públicas, que modificaram as paisagens, nos séculos passados. Não se pode esquecer a pioneira intervenção planejada a partir do plano Pieter Post encomendada por Nassau e parcialmente executada na Ilha de Antônio Vaz (bairro de São José). Em meados do século XIX, foram as reformas do Conde da Boa Vista; no início do século XX, Sigismundo Gonçalves, no bairro do Recife. Estenderam-se estas intervenções, nas décadas de 40-50, com a abertura das avenidas Guararapes e Conde da Boa Vista, chegando ao prolongamento da abertura da avenida Dantas Barreto nos bairros de São José e Santo Antônio ocorrida na década de 70.

A cidade do Recife, mais especificamente, o bairro do Recife foi se especializando, a partir dos holandeses, como centro comercial, intermediando a circulação de mercadorias em função da presença do porto e dos judeus, comerciantes por excelência. Surgiram sobrados com o comércio localizado no térreo e a moradia nos andares superiores. Com a especialização cada vez maior do centro (setor de serviços e bancário) a população foi deixando o centro como lugar de moradia; São José que era habitado pela classe média na década de 30-40, passa pela deterioração das habitações, surgimento de cortiços e pensões e depois, estabelecimentos comerciais; o bairro do Recife, no início do século XX já apresentava alto grau de especialização, como local portuário e entreposto comercial. Nos outros bairros, continuou a predominância da função residencial, inclusive para a população de baixa renda - os mocambos se faziam presentes em toda cidade.

A mudança de uso, de habitação para comércio e serviços, iniciada no começo do século XX no bairro do Recife, continua em meados do século em São José e Santo Antônio, se intensifica na década de 60 na Boa Vista e Santo Amaro e agora mais recentemente na Ilha do Leite.

O Contexto Regional e Metropolitano

O município do Recife é uma das três maiores aglomerações urbanas da Região Nordeste. Ocupa uma posição central, a uma distancia em torno de 800 km das outras metrópoles, Salvador e Fortaleza, disputando com elas o espaço estratégico de influência na Região.

O Recife representa o núcleo da Região Metropolitana, mantendo uma estreita relação com o espaço desta Região, a qual se expressa na sua dinâmica interna e externa. E, ainda, sob qualquer aspecto que se queira destacar (demográfico, cultural, econômico, político-institucional, ambiental, patrimônio histórico, dentre outros), o Recife é a síntese mais significativa desse contexto.

Apresenta uma superfície territorial de 220 km2 e limita-se ao norte com as cidades de Olinda e Paulista, ao sul com o município de Jaboatão dos Guararapes, a oeste com São Lourenço da Mata e Camaragibe, e a leste com o Oceano Atlântico. Segundo os dados do recenseamento de 2000, a Cidade do Recife contém uma população de 1.422.905 habitantes, correspondendo a 18% da população do Estado, e a 44% da RMR, o que lhe propicia uma densidade demográfica de 6.458 habitantes/km2.

O Espaço Físico e Territorial

O ambiente natural (praias, rios, mangues, matas e mananciais) do Recife constitui riqueza ímpar e lhe atribui uma característica que a diferencia das demais cidades brasileiras. Há também nos morros que circundam a planície muito a admirar: a bela vista da cidade, a riqueza de sua produção cultural, a qualidade da sua habitabilidade - apesar dos riscos que advêm de sua ocupação desordenada - e a sua tradição organizativa

O Recife expressa na sua configuração físico-territorial as diferenças provocadas pelo quadro sócio-econômico que se consolidou ao longo de sua história. A cidade exibe a convivência de seus habitantes: próximos territorialmente, mas separados pelas enormes diferenças sociais.

O município do Recife reconhece a existência de 66 Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, disseminadas pelo espaço urbano. Frente à existência de perto de 490 favelas, representando 15% da área total do município e 25% da área ocupada, as ZEIS agregam cerca de 80% delas. Revelam, então, o esforço governamental de encarar o problema social.

Aspectos Econômicos

O desenvolvimento econômico do Recife se deu a partir do setor terciário, desde quando a cidade se destacava pela sua função de intermediação comercial com Portugal, através da exportação do açúcar. Hoje, as atividades comerciais e de prestação de serviços são predominantes e respondem por 95% de todo o valor da riqueza gerada. São atividades ligadas ao terciário moderno, de comércio e de serviços, em que se destacam shoppings e grandes supermercados, serviços médicos, de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao turismo, entre outras.

O Recife se tornou também, um reconhecido centro universitário e de produção do conhecimento, e atraindo pessoas que aqui chegam em busca de conhecimento de ponta nas diversas áreas e setores. Alguns pólos se constituíram e hoje se destacam, como o de tecnologia da informação, o médico, o de serviços técnicos especializados (nas áreas de consultoria, marketing, propaganda, advocacia, engenharia e prestação de serviços educacionais), dentre outros.

A cidade abriga quatro universidades de porte, além de faculdades isoladas e novos empreendimentos privados de ensino de 3º grau, que contam com mão-de-obra especializada e alta capacidade de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico. Também vem se afirmando como reduto de cursos de pós-graduação em níveis de especialização, mestrado e doutorado.

Apesar do desempenho da economia formal, com uma base econômica relativamente moderna, o Recife ainda se encontra fortemente ligado à chamada economia informal. Persiste uma enorme rede de atividades vinculadas ao comércio e serviços informais que mantém ocupada significativa parcela da população, gerando riqueza e conferindo à cidade uma especificidade. No setor informal há expressivo número de micro e pequenas empresas prestadoras de serviços que têm um papel importante para a economia da cidade, em especial como absorvedoras de mão-de-obra.

As Manifestações Culturais

A cultura, enquanto manifestação de expressão cultural e artística, tem posição de destaque, pela tradição e pelo lugar que ocupa no Recife - hoje considerado um dos maiores centros de produção artística e cultural do Nordeste. As manifestações culturais com identidade nas raízes locais são reconhecidamente uma marca da cidade. Trata-se de atividade promissora, quando vista também sob a forma econômica.

Entre as manifestações culturais do Recife, a música vem se destacando, sobretudo após o resgate de sons regionais misturados com a música pop, chamando a atenção da mídia nacional para o som regional/local. O Movimento Mangue Beat vem proliferando através da criação de várias bandas regionais, em que se destacam ritmos locais como o Maracatu, o Coco e o Forró. Assim, o Recife se consolida como centro aglutinador e disseminador de novas e tradicionais tendências culturais. Além disso, outros setores se afirmam e fazem parte da agenda cultural do Recife, como o Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães - MAMAM, os festivais de cinema, de dança e de teatro, que projetam a cidade para além de suas fronteiras. Vale destacar ainda a consolidação do Bairro do Recife como importante polo cultural.

Participação Popular e Controle Social

O Recife se destaca historicamente pelas suas lutas, envolvendo grande parte da população carente de infra-estruturas e serviços urbanos. Essa tradição se revela forte, desde as lutas libertárias aos conflitos pelas terras urbanas dos mangues e da planície.

Uma outra forte característica do Recife, e que está associada à tradição referenciada, é o seu poder de organização, de reivindicação e de negociação, atribuindo marca emblemática à cidade. O Recife possui grande número de organizações e movimentos populares que se fazem presentes nas várias instâncias de poder, procurando influenciar na concepção, formulação, implementação, monitoração e controle das políticas públicas.

Portanto, a tradição do Recife é de um povo que se envolve nas lutas pela liberdade e pelo direito à vida, pela democracia, pelo desenvolvimento sem exclusão. Isto revela um forte compromisso com as causas coletivas e assegura o apoio à gestão que tem por base a participação e o controle social.