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sábado, 1 de dezembro de 2012

EQUÍVOCOS URBANOS

http://www.dpnet.com.br/vidaurbana/materias/2012/equivocos_urbanos/

O Recife foi palco de diversas intervenções que mudaram o cenário urbano da cidade ao longo da história. Veja abaixo como era o Recife de antigamente e como algumas parte das cidade foram transformadas.

Avenida Dantas Barreto
Foi construída na década de 1970, durante a gestão do então prefeito Augusto Lucena. É considerada um equívoco porque não cumpre a função para a qual foi pensada de ser um importante corredor viário da cidade. O projeto previa uma via ligando o Centro a Tejipió, mas parou na praça Sérgio Loreto. Hoje, o fluxo de veículos é feito pelas bordas do rio e não pelo eixo central. Sua construção representou o início da decadência do Bairro de São José, que perdeu diversas ruas e casas e a Igreja dos Martírios, do século XVIII, que foi destombada pelo regime militar para poder ser demolida.



Viaduto das Cinco Pontas

Também construído na década de 1970, esse foi o primeiro viaduto do Recife. A intenção era fazer a ligação entre Boa Viagem e o Centro, passando sobre a linha férrea. No entanto, sua concepção apresenta erros. Por conta de ter uma confluência em curva, já suportou até um semáforo sobre ele para controlar o fluxo de veículos. Foi construído em desacordo com a lei, já que impede a visibilidade de um bem tombado, no caso o Forte das Cinco Pontas, e ainda impossibilita a integração do forte com o mar. Erguido num pátio ferroviário, colocou abaixo a primeira estação de trem do Recife.



Porto do Recife

Quando o Porto de Suape começou a ser construído, há 40 anos, não houve integração entre as políticas portuárias do estado e do governo federal. Faltou um estudo apontando que os dois portos seriam complementares. Ao contrário, foi criada a percepção de que, com Suape, o Porto do Recife seria fechado. Uma sucessão de omissões dos governos e de indefinições acabou provocando a decadência do terminal e das atividades do entorno, no caso, do próprio Bairro do Recife, e a futura desativação da linha férrea e do pátio do José Estelita. Hoje, o porto da capital passa por um processo de revitalização dos armazéns ociosos, que estão ganhando nova funcionalidade.



TIP
O Terminal Rodoviário Prefeito Antônio Farias foi construído em 1979 e só começou a operar em 1986 quando o metrô chegou. Ele foi concebido dentro de um projeto de urbanização metropolitana para atrair o desenvolvimento da cidade para o eixo Oeste. O planejamento estava certo. O erro foi abandonar o projeto pela metade. Faltou, ainda, visão do estado e dos municípios de que se tratava de uma proposta de estruturação metropolitana. Agora, a Cidade da Copa está resgatando esse projeto, aproveitando uma parte da infraestrutura que já está disponível na região.



Portas do Recife

O Recife já teve três grandes arcos medievais em Santo Antônio e no Bairro do Recife que eram chamadas de portas da cidade. Por conta do porto, decidiu-se alargar as ruas do bairro para permitir o acesso de veículos para o terminal, sacrificando os arcos. Dois deles ficavam nas cabeceiras da ponte Maurício de Nassau, sendo o Arco da Conceição no Bairro do Recife, na altura do edifício Chanteclair, e o de Santo Antônio no lado oposto. Eles funcionavam como portões da ponte e foram demolidos em 1917. Já o Arco do Bom Jesus ficava no fim da antiga Rua dos Judeus, na altura da Praça do Arsenal, e foi destruído em 1850. Os arcos poderiam ter permanecido com a criação de rotatórias e seriam mais um atrativo turístico para a cidade hoje.


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