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PLANOS PARA A CIDADE

Mobilidade Urbana

http://www.cbnfoz.com.br/editorial/brasil/pernambuco/19122013-63802-no-recife-obras-do-vlt-na-zona-norte-comecam-no-2-semestre-de-2014

Por   | Para: CBN Foz )


Secretários Antônio Alexandre e Nilton Mota e a presidente
da CTTU, Taciana Ferreira (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A Prefeitura do Recife detalhou, nesta quinta-feira (19/12/203), como será a aplicação dos investimentos de R$ 2,9 bilhões em mobilidade urbana anunciados pela presidente Dilma Rousseff durante visita ao Complexo Portuário de Suape, no Litoral Sul do estado, na última terça (17/12/2013). A linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Avenida Norte, um dos projetos mais esperados para desafogar o trânsito na região, vai contar com 13,4 quilômetros e as obras devem ser iniciadas no segundo semestre de 2014, com previsão de 24 a 30 meses de duração. O trecho Norte do VLT vai contar com 17 estações, do Terminal Integrado da Macaxeira até o TI Joana Bezerra, atendendo a uma demanda estimada em 128 mil passageiros por dia. “Esse é um projeto que atende uma área de alta densidade demográfica, que gera uma demanda muito forte para o sistema coletivo de transporte”, explicou o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre.
O corredor do VLT vai seguir pelo canteiro central da Avenida Norte, muito semelhante às pistas exclusivas de ônibus. Ele vai passar pela Avenida Cais do Apolo, Ponte Giratória, Avenida Sul até chegar ao TI Joana Bezerra. “Vão ser necessárias algumas desapropriações, mas tudo isso faz parte do estudo”, adiantou Alexandre. O projeto prevê, ainda, entre outros pontos, drenagem da via, embutimento de fios, uma ciclovia e obras nas calçadas. 
A Avenida Domingos Ferreira, na Zona Sul da capital, também deve receber uma linha de VLT. Serão investidos R$ 31,7 milhões em estudos técnicos e de viabilidade econômica para a implantação do projeto na via e em outra área central do Recife. “Os corredores de ônibus já entram antecipando como prioridade de transporte coletivo na Avenida Domingos Ferreira para que, concluindo o estudo do VLT, ele entra e substitui”, detalhou a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira.
Ônibus e barcos
Os cinco corredores exclusivos de ônibus, outro investimento anunciado pela presidente Dilma Rousseff, vão custar R$ 98,3 milhões e serão semelhantes à linha azul recém-implantada no Recife. Os projetos preveem 5,5 quilômetros de pista exclusiva na Avenida Abdias de Carvalho, sete quilômetros na Avenida Beberibe, 2,6 quilômetros na Avenida Recife, oito quilômetros na Avenida Abdias de Carvalho, onde já começou a troca de placas de concreto, e 11,3 quilômetros na Avenidas Domingos Ferreira.

Já o projeto do corredor fluvial sul, que irá transportar passageiros em barcos pelo Rio Capibaribe, conta com 9,5 quilômetros, saindo da Agência Central dos Correios, na Avenida Guararapes, passando pelo bairro da Imbiribeira até chegar ao ponto final na Bacia do Pina, na altura da Rua Antônio Falcão. O projeto, realizado através de uma parceria do governo federal com o estado, está orçado em R$ 172 milhões.
Grande Recife pode virar referência 

Governo promete implantar na RMR 52 km de corredores exclusivos de ônibus para 265 mil pessoas/dia.

Enfim, a Região Metropolitana do Recife se prepara para receber os corredores exclusivos de ônibus nos moldes do BRT, sigla em inglês para Bus Rapid Transit, que na tradução para o português virou Transporte Rápido por Ônibus (TRO). O sistema é semelhante ao que já ocorre com o metrô, onde a passagem é paga antecipadamente e a parada fica no nível da porta de embarque e desembarque. A ideia, que surgiu em Curitiba na década de 1970 e cujo modelo foi implantado em Bogotá há uma década, aterrissa aqui graças às obras estruturadoras para a Copa do Mundo de 2014, mas estava previsto desde o primeiro Plano Diretor de Transporte elaborado em 1972.



Nessa primeira fase, prevista para ser iniciada em 2012, vão ser implantados 52 quilômetros de corredores exclusivos, incluindo o Norte/Sul, Leste/Oeste, o ramal para a Cidade da Copa e o Terminal Integrado de Passageiros Cosme e Damião. O investimento nos equipamentos é de cerca de R$ 476 milhões, dos governos estadual e federal. A meta, no entanto, é alcançar quase 100 km nos próximos três anos com a inclusão do corredor da BR-101, no contorno Recife, e da Avenida Norte. Os dois representam investimentos na ordem de R$ 680 milhões. “Nós estamos aguardando a análise do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para realização das obras no trecho urbano da BR-101. Já a Avenida Norte, depende dos recursos do PAC da Mobilidade”, explicou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.

Os dois corredores e mais o ramal da Copa vão transportar por dia cerca de 265 mil passageiros em uma extensão de 52km. Para se ter uma ideia, na cidade de Bogotá, que tem atualmente 84km de corredores, consegue transportar por dia 1,8 milhão de pessoas e 197 mil por hora, nos horários de pico. Os corredores Norte/Sul, Leste/Oeste e Ramal da Copa ligam a capital à Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Igarassu, Abreu e Lima e Paulista.

No projeto do corredor Norte/Sul, a Avenida Agamenon Magalhães tem um papel de destaque na operacionalização do tráfego. Não por acaso, a via terá um estudo de origem e destino e receberá também quatro viadutos que ajudarão na circulação local. Os elevados serão construídos entre a Ilha do Leite e o Parque Amorim: um na entrada para a Rosa e Silva (do Português/Mac Donald); outro iniciando na Rui Barbosa, em frente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), e cruzando a Agamenon Magalhães até o Americano Batista; o terceiro do Colégio Contato, na Dom Bosco, até o Hospital da Restauração, e o último saindo da Paissandu e indo até o outro lado da pista.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) vai financiar a pesquisa de origem e destino e a elaboração dos projetos básicos dos quatro viadutos. Foram os empresários do setor que bancaram a elaboração do projeto do corredor Norte/Sul com a contratação do urbanista Jaime Lerner, idealizador do modelo do BRT em Curitiba. “Temos um ganho importante porque há um aumento na velocidade dos ônibus e com isso o número de viagens também aumenta”, ressaltou o presidente do Urbana-PE, Luiz Fernando Bandeira de Mello.

SEI
Ao contrário do que ocorre em Bogotá, uma das vantagens dos corredores locais é que eles já vão nascer fazendo parte do Sistema Estrututal Integrado (SEI). A estimativa é que até 2012 sejam entregues mais 10 terminais totalizando 23. Por causa do SEI, o passageiro pode pagar apenas uma passagem e se deslocar dentro do sistema para qualquer um dos 14 municípios da RMR. Outra diferença é que lá a passagem não tem nenhum tipo de subsídio. Não há diferença de tarifas. Lá, o preço da passagem equivale a noventa centavos de um dólar. Uma das razões para baratear o sistema é a mão de obra local, que não tem uma representação sindical forte.


Central de controle: o cérebro do Transmilênio 

O maior segredo da regularidade das viagens do sistema transmilênio não está apenas no modelo exclusivo das vias, mas principalmente na operacionalização do sistema. A central de controle, que funciona no prédio da Secretaria de Educação de Bogotá, conta com um moderno sistema de computação que dá o passo a passo de cada ônibus que se move dentro do sistema. No painel de controle, os ônibus são representados por retângulos e os horários por triângulos. O ideal é que os dois caminhem lado a lado. Há ainda cores que definem as condições das duas unidades geométricas: vermelho para crítico, amarelo para quando há distorção entre os dois, e verde para quando seguem praticamente paralelos. Nenhum dos ônibus do sistema dispõe de câmeras. O que acontece no ônibus é traduzido por códigos. “Se o ônibus para a gente sabe, se ele for mais lento também, e se houver algum assalto o motorista emite um código”, explicou o engenheiro Maurício Sandoval, coordenador da central.

Os 13 operadores ficam com os olhos no computador. Cada um é responsável pelo monitoramento de 100 ônibus. “Mesmo se acontecer de o operador não perceber uma distorção, o painel fica exposto para toda a central e os supervisores também acompanham”. O principal instrumento de comunicação da central é o rádio, ligado aos motoristas dos ônibus, aos fiscais que ficam nos terminais, às estações e à polícia. Na  sede da central há três policiais que trabalham no monitoramento e chamam reforço caso seja preciso. “Nós temos 330 câmeras espalhadas nas estações e terminais. Se for detectado algum tipo de violência, a polícia é acionada. Às vezes alguém passa mal e a gente faz o socorro, sem causar impacto ao sistema”, afirmou Sandoval.
Mesmo com todo o monitoramento, manter os ônibus nos horários é uma tarefa árdua. “Se a estação estiver cheia e os passageiros demorarem a entrar, ou se o motorista acelerar ou reduzir muito os atrasos acontecem. Qualquer mudança causa um efeito dominó e a central precisa readequar os movimentos a todo instante.
Ônibus em vias exclusivas não é garantia de velocidade, pelo menos quando elas são bloqueadas por algum tipo de acidente ou protesto. É ai que entra o plano B. “Nós temos um planejamento para as mais diversas situações. Em caso de bloqueio da pista, o ônibus poderá sair da faixa exclusiva e fazer um retorno por vias laterais. Ou então a gente aciona outro ônibus que não se encontra no corredor para fazer o socorro até a polícia desobstruir a via. O sistema não pode parar”, afirmou.

Versão local
O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano vai contar com um Centro de Controle e Operações (CCO), que ficará localizada na própria sede. O centro terá painéis de LCD para o acompanhamento das operações. Os equipamentos vão mostrar em tempo real o embarque e desembarque das linhas. As informações também poderão ser acessadas pelo celular. Os usuários terão ainda acesso a um portal de voz e um site na internet com informações das linhas e os percursos.
O centro receberá as informações pelo GPS instalado em toda a frota. “Atualmente 90% da frota tem GPS e até o fim do ano teremos 100% equipados”, afirmou Danilo Cabral. O CCO vai contar com 20 operadores internos e 55 fiscais de frota e vistoria nas ruas e pontos estratégicos. Para reforçar o quadro, o governo convocou 15 novos fiscais , sendo 14 de linha e um de vistoria, classificados no último concurso, realizado em setembro do ano passado. “O Grande Recife ficará equipado para fazer esse trabalho, uma vez que os corredores são intermunicipais”, explicou o secretário.



Há quase três décadas o Recife desenhava a sua malha viária metropolitana com sete vias radiais e quatro corredores perimetrais. Os nomes podem até parecer estranhos, mas basta entender que a malha viária foi pensada como um leque com as vias perimetrais (horizontais) fazendo interseção com as vias radiais (verticais) formando uma rede. Foi assim que teve início a lógica do transporte metropolitano da cidade numa rede estruturada para vinte e três terminais e absorvendo o transporte dos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). O conceito foi plantado em 1985 e é hoje um dos maiores trunfos para a melhoria do transporte público na cidade.
Não por acaso, o Recife é uma das raras metrópoles do país que dispõe de um sistema metropolitano integrado, onde o usuário se desloca dentro do sistema com apenas uma passagem. "O SEI é invejado por muitas cidades", assegura o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nelson Menezes. A empresa é responsável por gerir o transporte metropolitano e dos municípios consorciados. Apesar disso, a capital pernambucana ainda não é referência em transporte público e é fácil entender a razão. A maior parte das intervenções planejadas para o SEI não saiu do papel. O maior avanço foi em relação a construção de terminais de integração. Dos 23 terminais previstos, sete foram construídos na década de 1990 e outros sete foram entregues entre 2002 e 2012. E até 2014, o sistema irá dispor de 25 terminais de integração, dois a mais do que estava previsto
UM NOVO COMEÇO PARA O TRANSPORTE PÚBLICO NO RECIFE
Enquanto os terminais estavam sendo construídos, o sistema viário que possibilitaria um deslocamento mais rápido e eficiente dos coletivos nas radiais e perimetrais foi deixado para trás. Das quatro perimetrais planejadas, dispomos apenas da primeira: a Avenida Agamenon Magalhães, que foi inaugurada no final da década de 1960. As outras três perimetrais estão incluídas no PAC Mobilidade, que tem prazo de execução até 2016.
Nas radiais a situação é menos crítica. Das sete, duas foram contempladas com as linhas Centro e Sul do metrô, as avenidas Mascarenhas de Morais e José Rufino. Duas já funcionavam com corredores exclusivos: a PE-15 e a Avenida Caxangá, que estão incluídas respectivamente nos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. As duas vias estão recebendo um novo formato para se adequar aos moldes do BRT (sigla inglesa para Transporte Rápido por Ônibus). A radial da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, está em obras para dispor de um corredor de ônibus. Estão de fora, por enquanto, as avenidas Norte e Abdias de Carvalho, que também são radiais. "A gente está com a faca e o queijo na mão. Agora é a vez de apostar nos corredores e não parar ", ressaltou a engenheira Regilma Souza, que participou da criação do SEI.
Com uma frota de três mil ônibus, o Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da RMR transporta por dia dois milhões de usuários. Desses, 800 mil estão na rede integrada, o que significa 40% do total de usuários. O percentual ainda é muito pouco se levarmos em conta a dimensão e importância da malha idealizada para a integração. Uma das razões é justamente a demora na implantação efetiva do Sistema Estrutural Integrado (SEI).
Quando o SEI estiver operando com todos os terminais, a estimativa é duplicar o número de usuários integrados. Para se ter uma ideia, em Curitiba com uma frota de 1,9 mil ônibus, o número de passageiros transportados chega a 2,3 milhões por dia com 95% do sistema integrado. O que reforça um maior grau de eficiência no sistema. é o número de viagens realizadas por dia. Um exemplo emblemático de um sistema ainda travado é o de Belo Horizonte com Além de conforto, eficiência e regularidade nos deslocamentos, outro desafio para melhorar a integração é a acessibilidade dos terminais para pedestres, ciclistas e motoristas. "Tem que facilitar a entrada do usuário. As calçadas precisam dispor de acessibilidade, boa iluminação no entorno, segurança e estacionamento para bicicletas, carros e motos", ressaltou o coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti.
Curitiba, a metrópole brasileira que é referência no sistema de transporte público em corredores exclusivos de ônibus nos moldes do BRT (sigla inglesa para Transporte Rápido por Ônibus), dispõe de 90 quilômetros de corredores. A capital pernambucana demorou a tomar a iniciativa, mas além dos quase 60 quilômetros de corredores já em obras, incluindo o Norte/Sul, Leste/Oeste e o ramal da Cidade da Copa, há ainda 40 km que farão parte dos corredores exclusivos da 4ª perimetral com 30 km e 10km da continuação da 2ª perimetral, que receberá o nome de Via Metropolitana Norte.
Entre as avenidas que já começaram a mudar a configuração urbana e viária está a Caxangá, uma das sete radiais que integram o Sistema Estrutural Integrado (SEI). Embora ela já funcionasse como um corredor exclusivo de ônibus, está passando por uma transformação para fazer parte do corredor Leste/Oeste. A via está sendo readequada para receber o modelo do BRT com estações em nível e pagamento antecipado. A expectativa é de ampliar a capacidade do corredor e diminuir o tempo de deslocamento em cerca de 30 minutos por sentido, o equivalente a um dia por um mês. Mas ao contrário do que chegou a ser anunciado, o Leste/Oeste não chegará até o centro da cidade, nesta primeira etapa. Serão 12 km entre a Estação Timbi, em São Lourenço da Mata, até o Derby, onde terá que ser feito o transbordo. 
Já o Norte/Sul é ó unico corredor, que terá, por enquanto, comunicação com o centro da cidade. O ramal da Avenida Cruz Cabugá tem o seu ponto de retorno na Estação Central do Metrô Recife, onde o usuário poderá fazer a integração com o metrô ou com as embarcações do corredor hidroviário do eixo Oeste. Da Cruz Cabugá até o metrô, o ônibus terá que entrar no tráfego misto e haverá poucas opções de estações para o usuário. Estão previstas estações do BRT na Rua do Sol, nas imediações da Praça da República e no Cais do Apolo para o retorno dos ônibus sentido Avenida Norte. "O fato do BRT se misturar ao tráfego misto em um determinados trechos não é nenhuma tragédia. Há mais ganhos do que perdas", revelou o engenheiro e consultor em mobilidade urbana, Germano Travassos. Já o ramal da Avenida Agamenon Magalhães irá até o Terminal Integrado Joana Bezerra. Quem quiser seguir no sentido Sul, poderá continuar a viagem de metrô até Jaboatão dos Guararapes e de lá pegar o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) até o Cabo de Santo de Agostinho, com uma única passagem.
As obras dos corredores das perimetrais ainda não foram iniciadas. A 2ª e 3ª perimetrais serão executadas pelo município. Já a 4ª perimetral será executada pelo estado. As três com recursos do PAC Mobilidade. As perimetrais não fazem parte da agenda da Copa de 2014. Elas só não podem ser ignoradas como foram até agora.

O Recife em movimento

  • 100 km de corredores do BRT com o Pac Copa e Pac Mobilidade
  • 14 Terminais de integração entregues
  • 11 Terminais de integração até 2014
  • 2 milhões de passageiros transportados
  • 800 mil passageiros integrados ao sistema
  • 1,6 milhão de usuários integrados com os terminais concluídos
  • 3 mil ônibus

  • Fonte: Secretaria das Cidades
    e Grande Recife


Via Mangue sai do papel 
Tânia Passos
Prefeitura do Recife assinou liberação de recursos com a Caixa para financiar obra.
Da idealização à concepção da obra foram pelo menos quatro décadas. O projeto da Via Mangue teve o contrato de financiamento, no valor de R$ 433,2 milhões, assinado ontem entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura do Recife e tornou finalmente realidade uma ideia concebida na década de 1970 quando tinha o nome de Via Costeira. Ao longo desses anos foram muitas as modificações e os nomes. No governo de Roberto Magalhães (1997-2000), o projeto era chamado de Linha Verde, por exemplo. A proposta é criar uma alternativa de tráfego para a Zona Sul com uma via expressa com velocidade média de 60km, sem semáforos ou cruzamentos. As obras estão previstas para serem iniciadas dentro de 15 dias e a estimativa é que sejam concluídas até setembro de 2013. 



O projeto será executado em duas frentes simultâneas: uma iniciando pela alça do Viaduto Capitão Temudo e a outra no complexo viário da Antônio Falcão. Segundo o prefeito João da Costa essas duas frentes serão entregues em um ano. “Há duas alternativas: a conclusão da alça do Capitão Temudo até a Ponte Paulo Guerra e o acesso à Ponte Estaiada, passando pela comunidade Beira Rio, o Shopping Rio Mar até a Ponte Encanta Moça nas proximidades do Aeroclube. E também o complexo viário da Antônio Falcão com acesso à Domingos Ferreira”.


De acordo com o prefeito, essas duas alternativas já irão melhorar o sistema viário, mesmo sem a conclusão do restante da via. “O restante da obra no trecho do mangue, que é uma área mais delicada, ocorrerá em 18 meses quando completa o prazo de 30 meses”, disse João da Costa. Na primeira etapa, prevista para meados do próximo ano, os motoristas que optarem pelo trajeto incompleto vão poder chegar até o Shopping Rio Mar e para retornar a Boa Viagem terão que acessar o túnel da Herculano Bandeira e seguir pela Domingos Ferreira. Já o complexo dos quatro viadutos da Antônio Falcão possibilitará ao motorista seguir viagem pelas vias que margeiam os canais de Setúbal e Jordão.

O sistema viário da Via Mangue terá 4,75 quilômetros de extensão e será composto de faixas de rolamento para veículos, calçadas para pedestres e ciclovia. A obra inclui ainda a construção de quatro viadutos e oito pontes, sendo cinco para manutenção do mangue. Também estão previstas as duas alças de ligação, alargamento da Ponte Paulo Guerra e uma passagem semienterrada. 


Saiba Mais



Os números da Via Mangue
 30 meses é o tempo de execução da obra
 4 elevados vão compor o sistema viário

8 pontes estão incluídas no traçado
2 alças vão fazer a ligação com a Ponte Paulo Guerra e o Temudo

221 hectares receberão ações de saneamento
992 famílias que moram em palafitas serão removidas
3 conjuntos habitacionais vão abrigar as famílias

R$ 433,2 milhões é o custo da 2ª etapa da Via Mangue

R$ 102,2 milhões é contrapartida do município

4,75 km é a extensão da via

Fonte: Prefeitura do Recife


Plano diretor de navegabilidade


O projeto prevê a dragagem do rio nas três rotas, recuperação das margens e remoção das palafitas. As cinco estações estarão integradas ao Sistema Estrutural Integrado (SEI). “A gente quer uma confluência de modais dentro da estrutura da mobilidade. Todos os equipamentos estarão diretamente integrados: ônibus, metrô e o transporte fluvial, com o pagamento de uma passagem”, afirmou Suassuna. 



Se o projeto da navegabilidade será mesmo ser executado vai depender ainda da seleção dos projetos. “O projeto da navegabilidade é importantíssimo e viável, mas se a gente tiver que optar vamos escolher o dos corredores de tráfego Norte/Sul, Leste/Oeste, Avenida Norte e da 4ª perimetral devido a demanda de transporte ser muito maior”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. O resultado da seleção dos projetos pelo governo federal só deverá ser conhecido em junho.