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Poetas do Recife

Projeto Circuito da Poesia
O projeto Circuito da Poesia é um reconhecimento aos talentos pernambucanos e embelezam os postais recifenses, além de estreitar os laços do cidadão com a cultura. O projeto faz parte de uma iniciativa da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Serviços Públicos, em conjunto com a Fundação Banco do Brasil. As as obras foram confeccionadas pelo artista plástico Demétrio Albuquerque e estão dispostas pelo centro da cidade conforme os pontos no mapa.
Fonte: Prefeitura do Recife(PCR) http://www.recife.pe.gov.br/cidade/projetos/fotosdorecife/

CLARICE LISPECTOR
Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, mas passou a infância com a família no Recife, em 1925, onde estudou no Ginásio Pernambucano. A escultura apresenta Clarice sentada, na Praça Maciel Pinheiro, em cadeira de espaldar iluminada por um abajur alto, com uma máquina de escrever no colo. A escultura retrata a intimidade do gesto de escrever e evoca a inspiração que Clarice Lispector foi buscar naquela praça, um lugar de sua infância.

JOAQUIM CARDOzO


Joaquim Cardozo publicou seu primeiro livro aos 50 anos de idade e morreu sem ter o reconhecimento do grande público. Mas os críticos sempre o classificaram como um dos maiores poetas da língua portuguesa no século XX. A obra poética de Joaquim Cardozo tem como temas constantes o Recife e o Nordeste. A escultura em concreto armado polido, representa o poeta Joaquim Cardozo recostado ao balaústre dos arcos que ladeiam a ponte Maurício de Nassau.





MAURO RAMOS DA MOTA

Mauro Ramos da Mota e Albuquerque bacharelou-se em Direito, mas dedicou sua vida ao jornalismo e ao magistério. Eleito em 1970 para a Academia Brasileira de Letras, foi também membro da Academia Pernambucana de Letras. A escultura em concreto natural, representando Mauro Mota, sentado em um banco, lendo um grande livro aberto pode ser compartilhado por quem sentar ao lado interagindo com o poeta. Situada no Pátio do Sebo, no centro do Recife, induz o visitante ao desfrute da praça arborizada e com bancos convidativos à leitura.




ANTÔNIO MARIA ARAÚJO DE MORAIS


Antônio Maria Araújo de Morais nasceu no Recife e iniciou sua vida artística aos 17 anos na Rádio Clube de Pernambuco como apresentador de programas musicais. Compôs em 1951, o Frevo nº 1 do Recife, o primeiro de uma série de cinco. Sua escultura é de concreto armado polido e está na rua do Bom Jesus, no Recife Antigo. Antonio Maria está sentado em banco de concreto, situado em frente a outro banco vazio, convidando o visitante a conversar com o poeta e relembrar seu legado de belas composições da música brasileira.

Palavras que saem do coração 
Tatiana Teles tatianateles.pe@dabr.com.br9
Recife, sábado, 28 de janeiro de 2012 Diário de Pernambuco(Diarinho)

Conheça cinco poetas que nasceram em Pernambuco e descubra onde estão as estátuas deles. 
Felicidade, tempo e amor são os temas presentes nas poesias que inspiram a vida de Samara Correia de Moura, 13 anos, que estuda na Escola Municipal Santa Edwiges. Ela adora ouvir música, ler e escrever, e diz que tudo o que acontece pode virar poesia.
Heitor Maranhão, 5 anos de idade, costuma fazer um passeio pelas estátuas dos poetas pernambucanos com a mãe. Ele diz que aprendeu a primeira poesia no Colégio Apoio: Balada do Rei das Sereias, de Manuel Bandeira. Apaixonado por futebol e pelo Santa Cruz, gosta mesmo de visitar João Cabral de Melo Neto, às margens do Rio Capibaribe, principalmente porque soube que o poeta era jogador e foi campeão pelo seu time de coração. “Ele também escrevia sobre o Rio Capibaribe”, conta o pequeno Heitor.
E é neste clima mágico que a gente resolveu mostrar um pouco da vida e do trabalho de cinco grandes poetas pernambucanos.

Carlos Pena Filho 
Nasceu em 1928, no Recife, filho de pais portugueses. Era conhecido por ser sorridente, comunicativo e compreensivo. Estudou em Portugal e começou a escrever cedo. Foi advogado e trabalhou como jornalista. Fez reportagens e publicou poemas. Era amigo de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. Faleceu devido a um acidente de carro. A escultura de Carlos Pena Filho está na Praça da Independência, espaço comercial do Recife, em frente ao antigo prédio do Diário de Pernambuco.

“Então, pintei de azul os meus sapatos por não poder de azul pintar as ruas, depois, vesti meus gestos insensatos e colori, as minhas mãos e as tuas”
(Sou negro)


Carlos Pena Filho publicou em 1952 O Tempo da Busca, seu primeiro livro de poesias. A escultura, na Praça da Independência, é um conjunto da figura, mesa e bancos. Todos feitos em concreto, chumbados entre si e ao piso, numa composição do momento do poeta. Baseada no poema mais famoso de Carlos Pena Filho “O Chope”, em que, nos convida a um trago de reflexões e angústias; a vida no centro da cidade, enquanto, em um gesto, quase secreto, escreve seu poema mais famoso. (fonte: PCR)


João Cabral de Melo Neto

Nasceu no Recife, em 1920. Poeta, diplomata e engenheiro. Era primo de Manuel Bandeira. É bastante conhecido pelas obras Morte e Vida Severina e O Cão sem Plumas. Adorava futebol. Tinha muita dor de cabeça e, depois de várias consultas, descobriu que tinha uma doença sem cura. Parou de escrever quando começou a perder a visão. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 79 anos de idade.
A imagem do poeta João Cabral de Melo Neto pode ser vista num banco de madeira com um livro no colo, na Rua da Aurora (em frente ao Teatro Arraial), contemplando o Capibaribe que ele tão bem descreveu em seus versos. 
Membro da Academia Brasileira de Letras, o poeta recebeu o Prêmio Luiz de Camões, o mais importante concedido a escritores da Língua Portuguesa. (fonte: PCR)
“E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina”
(Morte e Vida Severina)

Ascenso Ferreira
Nasceu em Palmares, Zona da Mata Sul de Pernambuco, no ano de 1895. Seu pai era comerciante e sua mãe era professora. Suas primeiras poesias foram sobre a cultura popular: carro de boi, folguedos, carnaval, cana-de-açúcar, violeiros e lendas. É autor dos livros Cana Caiana, Poemas e Xenhehém, dentre outros. Ascenso tinha quase dois metros de altura, usava sempre um grande chapéu de palha e adorava comer. Faleceu no Recife,em 1965, perto de completar 70 anos de idade .
 Usava sempre um chapéu de palha, que logo tornou-se sua marca. A poesia de Ascenso pertence à primeira geração do Movimento Modernista de Pernambuco, tendo publicado em 1927 seu primeiro livro Catimbó. A escultura do poeta Ascenso Ferreira está acomodada em um fardo de jornais, ao lado de pilhas de livros que lhe servem de banco e descanso. As pilhas ao lado sugerem uma parada junto ao poeta para contemplação do Rio Beberibe e do Cais da Alfândega.
 Quem quiser ver a estátua do poeta é só ir até o Cais da Alfândega e procurá-la em frente ao shopping Paço Alfândega.
“Sozinho, de noite,nas ruas desertasdo velho Recife, que atrás doarruado deserto ficou,criança, de novo,eu sinto que sou”(noturno)

Solano Trindade
Nasceu no bairro de São José, no Recife, em 1908. Filho da quituteira Emerenciana e do sapateiro Manoel Abílio. Gostava muito de escrever e trabalhou, também, como pintor,   cineasta e teatrólogo, ator e folclorista. Sua luta contra as desigualdades sociais era intensa. Faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1974.
No Pátio de São Pedro, no bairro de São José, está a estátua de Solano Trindade.
Fundador do Pólo de Cultura e Tradições Afro-Americanas em 1954. A escultura em concreto armado polido, no Pátio de São Pedro, representa o poeta Solano Trindade, em pé em cima de um tambor de Maracatu, onde segura um sino de bronze. O tambor serve de base para a escultura e pequeno palco para recitais, discursos, falas e qualquer interatividade de postura, fala e teatro, como tribuna para auto-expressão. (Fonte: PCR)
“Na minh’alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação”
Desmantelo Azul

Manuel Bandeira
Nasceu no Recife, em 1886. Além de poeta, ele foi professor, jornalista, inspetor, tradutor e crítico literário. O seu primeiro livro foi A Cinza das Horas. Teve tuberculose, uma grave doença pulmonar, no final da adolescência, o que o levou a abandonar os estudos e cuidar da saúde por muitos anos. Lutou com todas as forças para viver e ficou bastante conhecido com a poesia Evocação do Recife. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1940 e faleceu aos 82 anos.
 A escultura apresenta Manuel Bandeira sentado, ao lado de uma janela colonial, onde contempla toda a paisagem do Capibaribe, na rua da Aurora. Lendo trecho de seu poema Evocação, o poeta convida o visitante a fazer o mesmo. O portal simboliza a passagem que a poesia de Bandeira representa para a literatura brasileira.(PCR)
Fica perto do Ginásio Pernambucano, nas imediações da Rua da União, onde ficava a casa do seu avô.

“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros. Vinha da boca do povo na língua errada do povo. Língua certa do povo.Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”