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domingo, 18 de agosto de 2013

Capibaribe, um rio poluído. E também contaminado por metais pesados

Blog do Diário de Pernambuco

                                                          Publicação: 16/08/2013 21:24
 Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press
Além de poluído, O Capibaribe está contaminado por metais pesados.
A contaminação foi verificada no processo de dragagem do rio, iniciada em março e que transformará 13,9 quilômetros navegáveis no Recife.
Nos resíduos retirados do fundo do rio, encontrou-se mercúrio, chumbo e zinco.
As análises não indicam os índices de cada metal nos resíduos.
São esses número que dirão se quantidade dos produtos químicos verificados prejudicam as espécies existentes no rio e as pessoas.
Um laudo técnico do problema foi solicitado pela Secretaria Estadual das Cidades, à frente do projeto de navegabidade, ao Itep.
Mesmo sem o laudo, a secretária executiva das Cidades, Ana Suassuna, avalia que a presença de metais pesados não prejudica a saúde da população.
Isso porque, segundo a secretária, as pessoas não têm contato com o material contaminado e dragado do fundo do rio.
O laudo do Itep deve ficar pronto ainda neste mês.

Falta de esgoto sanitário é uma das causas da contaminação do Capibaribe

Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
Palafitas no bairro da Torre, Recife. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
A constatação de que o Capibaribe está contaminado por metais pesados alerta para os riscos socioambientais e exige a identificação das fontes poluidoras.
Não é tarefa difícil descobrir quem lança chumbo, mercúrio e zinco no rio.
Um passeio pelas margens do rio-símbolo do estado mostra no Recife, por exemplo, o quanto de esgoto e lixo domésticos sujam o Capibaribe.
Parte dessa sujeira vem de palafitas e casebres.
Mas há outras causas bem mais preocupantes, como os despejos industriais e a ausência de saneamento básico nas cidades ribeirinhas.
Raras cidades ao longo dos 240 quilômetros do rio, que banha 42 municípios pernambucanos, tratam o esgoto.
A capital serve bem de exemplo. Com cerca de 40% saneada, a “Veneza brasileira” despeja diariamente toneladas de material orgânico no Capibaribe.
O resultado não poderia ser diferente. Em três quilômetros dragados até agora pelo projeto de navegabilidade, retirou-se 100 mil metros cúbicos de material contaminado. Essa quantidade pode ser multiplicada por quase seis vezes, no mínimo, ao fim da dragagem dos 17 quilômetros previstos. O projeto espera dragar 859 mil metros cúbicos de resíduos.
Detalhe: Tal volume é para se fazer um canal de navegação de 2,50 metros de profundidade e 36 metros de largura. E o rio, como bem sabemos, é bem mais largo em vários pontos.

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